curso | liquidez nas relações contemporâneas – 30/08

No contexto atual, não se pode negar ou evitar as influências das tecnologias da comunicação e informação na vida das pessoas. Clichês como “o mundo mudou” e “as pessoas se relacionam por whatsapp” são repetidos, muitas vezes sem uma apropriação do real significado e da complexidade que trazem consigo. Atualmente, é possível observar mais liquidez – conceito amplamente difundido pelo sociólogo Zygmunt Bauman -, imediatismo e menos tolerância. Neste curso, Carolina Lisboa e André Verzoni debatem temas como cognições sociais, identidade individual versus identidade grupal, narcisismo, discursos de ódio e impactos sobre o psiquismo e as relações interpessoais no mundo contemporâneo.

Aula 1
Ser Humano é um Ser Social
– Notas sobre o desenvolvimento social normativo;
– Seres humanos: espécie social;
>Tendência para dividir e classificar indivíduos em grupos sociais de diversas formas.
– Viés de percepção. Cognições Sociais.
– Neuropsicologia da socialização.

Aula 2
Formas de Subjetivação
– Modos de sujeição: controle, aperfeiçoamento, modificação;
– Construção subjetiva: fronteira entre indivíduo e a cultura;
– Estilo de existência: especificidade inserida na cultura;
– Mudanças ocorrem mais rapidamente do que em qualquer outra época;
– Teorias, descrições e interpretações constantemente revisadas e renovadas;
– Modernidade líquida: época fluída e maleável;
– Mudanças e deslocamentos: água que transpõe;
– Antes da modernidade líquida, quando a solidez predominava, o mais importante era o espaço;
– Na época dos líquidos, o tempo passa a ser o elemento mais confiável: a subjetividade é transitória;
– Modernidade líquida: inundação subjetiva;
– Condições ilusórias para a escolha do estilo de vida;
– Abandono de padrões, códigos e regras que orientavam e restringiam a vida;
– Na era dos líquidos, os sujeitos navegam à deriva no oceano da comparação universal;
– Dificuldade em diferenciar o básico do supérfluo;
– Na modernidade líquida, a ameaça que desafia as pessoas é a de inadequação;
– Individualismo: mais liberdade, mas responsabiliza o sujeito pelo seu destino;
– Inadequação: exclusão;
– Formas de comunicação e deslocamento mais modernas: conexões e alcance;
– As possibilidades oferecidas pelo espaço local nem sequer se comparam com as múltiplas opções proporcionadas pelo ciberespaço;
– O virtual adquire cada vez mais importância e se torna predominante;
– Fragmentação da subjetividade;
– Inconsistência psíquica e falta de referências;
– As noções de interioridade e reflexão perdem força;
– Diminuição da empatia e da alteridade: desrespeito e violência;
– Dificuldades para lidar com a diferença e a singularidade;

Aula 3
Digitalidade e Subjetividade
– Final do século XX e o início do século XXI: tecnologias digitais;
– Computadores, videogames, celulares, Internet;
– Jovens da contemporaneidade;
– Nativos digitais;
– Imigrantes digitais;
– Modificações nas formas de aprendizagem, assim como especificidades subjetivas e psíquicas;
– Como se dá a formação e a consolidação da identidade?
– Novas crenças acerca de relações interpessoais e da estabilidade/instabilidade de vínculos;
– Novos comportamentos mediados por diferentes emoções;
– Novas formas de pensar e comportamentos;
– Aceitação passa por likes de amigos virtuais;
– Amigos online x face a face;
– Grupo de pares no contexto da digitalidade e tecnologia;
– Conflitos relacionados às interações virtuais;
– Cyberbullying;
– Digitalidade e a tecnologia se constituem em novos desafios aos pais e aos filhos;
– Crenças distorcidas acerca da virtualidade e a subestimação do alcance da rede.

Aula 4
Dilemas relacionais contemporâneos
– Compartilhamento maciço de informação proporcionado pela tecnologia;
– Comportamento aditivo no uso das redes sociais virtuais.
– Pouca capacidade de empatia, Geração “Me me me”
– Exposição de imagens e divulgação de opiniões. Limite entre público e privado;
– Obter a atenção de outras pessoas e até mesmo alcançar notoriedade;
– Facebook e MySpace: disseminação do estilo de vida individual;
– Publicações de recortes da rotina ou ideias: identidade e idealização;
– Impulsividade – Dificuldade em antecipar as consequências negativas e implicações de seus comportamentos;
– Prejuízos em relação à vida pessoal e profissional:
> Relações reais do dia a dia podem ir para segundo plano;
> Distração – Perda da capacidade de atenção e concentração: diversas atividades ao mesmo tempo;
> Whatsapp: prejuízos à comunicação e a capacidade de escrita e reflexão. Defesas;
– Necessidade de estar sempre conectado. Ficar offline: ansiedade e a impressão de que estão deixando de viver ou saber;
– Globalização, diversidade e convivência com diferentes etnias, culturas, gêneros, religiões e orientações sexuais.